segunda-feira, 25 de maio de 2009

Emiliano Perneta



Sobre o Poeta:

Emiliano David Perneta (Curitiba, 3 de Janeiro de 1866 - 21 de Janeiro de 1921) foi um poeta brasileiro. Nascido em um sítio de Pinhais, na zona rural de Curitiba, incorporando ao sobrenome um apelido de seu pai.Considerado maior poeta paranaense, começou influenciado pelo parnasianismo. Republicano no Império, tanto que no dia 15 de novembro de 1889 formou-se em direito, sendo escolhido orador da turma, fez um discurso inflamado em defesa da República, sem saber que a mesma havia sido proclamada horas antes no Rio de Janeiro. Foi abolicionista, continuando nos ideais da liberdade, passa a fazer palestras, publica artigos políticos e literários, assim como passa a incentivar, em Curitiba, a leitura do escritor Baudelaire, fato marcante para o surgimento do simbolismo no Brasil. Publicou seus primeiros poemas em O Dilúculo, de Curitiba, em 1883. Mudou-se para São Paulo em 1885, onde fundou a Folha Literária, com Afonso de Carvalho, Carvalho Mourão e Edmundo Lins, em 1888. No mesmo ano publicou as obras poéticas Músicas, de versos parnasianos, a Carta à Condessa d’eu. Foi também diretor da Vida Semanária, com Olavo Bilac, e colaborador do Diário Popular e Gazeta de São Paulo. Mudou-se para o Rio de Janeiro em 1890. Lá, colaborou com vários periódicos e , em 1891, foi secretário da Folha Popular, na qual foram publicadas as manifestações inicias do movimento simbolista, assinados pelos poetas B. Lopes, Cruz e Sousa e Oscar Rosas. De volta ao Paraná, criou a revista simbolista Victrix em 1902. Em 1913 publicou o poema livreto Papilio Innocentia, para a ópera do compositor suíço Léo Kessler, sobre o romance Inocência de Visconde de Taunay.
Sua obra poética inclui Ilusão (1911), no qual se faz presente a estética simbolista, Pena de Talião (1914), os póstumos Setembro (1934) e Poesias Completas (1945).
Pelo seu dinamismo e obras, foi homenageado por diversos contemporâneos, entre eles, Nestor Victor, Lima Barreto, Andrade Muricy. Tais homenagens aconteceram em vida e também após a sua morte, ocorrida no dia 21 de Janeiro de 1921 na pensão de Otoo Kröhne, na Rua XV de Novembro, 84.


Principais Obras
• Ilusão (poemas – 1991),
• Pena de Talião (1914),
• Setembro (poemas – 1934) (póstumo).
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Alguns Poemas:

PARA UM CORAÇÃO

Um dia, vi-te, assim, bailando,
E a uma pergunta, que te fiz,
Tu respondeste : "Eu amo, e quando,
E quando eu amo, eu sou feliz!"

Por uma noite perfumada,
Cantaste, sobre o teu balcão.
E eu disse, ouvindo a áurea balada :
- Ah! Que feliz é o coração!

Quanta felicidade, quanta,
Não há ninguém feliz assim :
Um dia baila e noutro canta,
Como se fosse um arlequim...

Eu disse .. Mas agora vejo,
Nesse silêncio tumular,
Que estás sofrendo, e o teu desejo
Já não é mais o de bailar...

Nem de bailar, e nem, de certo
De nada mais, de nada mais...
Que fazes, pois, triste deserto,
Que fazes pois, que não te vais?

Mas, choras, creio, choras? Onde?
Se viu chorar um Lucifer?
Pobre diabo, vamos, esconde
Essas fraquezas de mulher...
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SETEMBRO

Eu ontem vi chegar, quase que à noitezinha,
Apressada e sutil, a primeira andorinha...

É a primavera, pois, em flor, que se anuncia,
É setembro que vem, bêbedo de ambrosia.

Mãos doiradas, a rir, mãos leves e radiosas,
Semeando à luz e ao vento as papoulas e as rosas...

Como foi para nós de um esquisito gozo,
Ó minha alma! esse doce, esse breve repouso,

Que entre o nosso viver tumultuário e incerto
Surgiu como se fosse o oásis do deserto...
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Fontes:
http://www.antoniomiranda.com.br/poesia_brasis/parana
http://livrosparatodos.net/biografias/emiliano-perneta.html
http://livrosparatodos.net/biografias/emiliano-perneta.html
http://br.geocities.com/poesiaeterna/poetas/brasil/emilianoperneta.htm

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